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HUNGRIA |
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A Hungria (em húngaro Magyarország) é um país da Europa de Leste, que confina a norte com a Eslováquia e a Ucrânia, a leste com a Roménia, a sul com a Sérvia e a Croácia e a oeste com a Eslovénia e a Áustria. Capital: Budapeste. Em 1 de Maio de 2004 a Hungria passou a integrar a União Europeia. Os romanos chamavam a região a oeste do Danúbio de Panônia. Após a queda do Império Romano, sucederam-se ondas migratórias de hunos, germanos, eslavos, ávaros, francos, búlgaros e, finalmente, magiares, estes no final do século IX. Segundo a tradição, os magiares atravessaram os Cárpatos e entraram na planície panônia em 895, sob a liderança de Árpád. Em 1000, o Rei Santo Estêvão I, descendente direto de Árpád, fundou o Reino da Hungria, ao receber uma coroa enviada pelo Papa Silvestre II. Entre 1241 e 1242, uma invasão mongol devastou a Hungria, com grandes perdas em vidas e propriedades. A Hungria levaria séculos para recuperar-se da tragédia. Paulatinamente, o Reino da Hungria logrou livrar-se das ingerências polonesas, boêmias e papais, consolidando a sua independência. Matias Corvino, que reinou entre 1458 e 1490, fortaleceu o país, repeliu os otomanos e fez com que a Hungria se tornasse um centro cultural europeu durante o Renascimento. A independência da Hungria chegou ao fim em 1526, com a conquista otomana, após a derrota na batalha de Mohács. O Reino foi então dividido em três partes: o terço meridional caiu sob o controle otomano e o ocidental, sob o controle austríaco. A porção oriental permaneceu nominalmente independente, com o nome de Principado da Transilvânia. Os Habsburgos retomariam a totalidade da Hungria das mãos dos otomanos 150 anos depois, no final do século XVII. Com o recuo dos turcos, começou a luta da nobreza húngara por autonomia no seio do Império Habsburgo. A Revolução de 1848 eliminou a servidão e garantiu os direitos civis, mas foi reprimida pelos austríacos. Em 1867, porém, a Hungria logrou obter da Áustria o reconhecimento de seu status autônomo, surgindo então a chamada Monarquia Dual, ou Austro-Húngara. O governo húngaro deu início a um processo de magiarização das populações de outras etnias, o que continuou até o término da Primeira Guerra Mundial, quando o Império Austro-Húngaro desmoronou. Em novembro de 1918, a Hungria tornou-se uma república independente. Após uma experiência comunista sob Béla Kun, que proclamou uma república soviética húngara, e uma invasão por tropas romenas, forças militares de direita, sob o comando do Almirante Miklós Horthy, entraram em Budapeste e instalaram um novo governo. Em 1920 elegeu-se uma assembléia unicameral, Horthy foi indicado Regente e a Hungria voltou a ser uma monarquia, embora sem rei designado. O Tratado de Trianon, celebrado em junho de 1920, determinou as fronteiras da Hungria no pós-guerra. O país perdia então 71% de seu território, 66% de sua população e seu único porto marítimo (Fiume, hoje Rijeka, na Croácia) para os países vizinhos. O inconformismo com a perda de territórios e população foi a tônica do processo político húngaro do entre-guerras e perdura, de certa maneira, até hoje. A Hungria alinhou-se com a Alemanha nazista a partir dos anos 30, na expectativa de obter de volta os territórios perdidos. Declarou guerra aos Aliados em 1941 e combateu principalmente contra a União Soviética. Ao fim da Segunda Guerra Mundial, a Hungria viu-se ocupada por forças soviéticas e tornou-se um Estado comunista sob controle de Moscou. A Revolução de 1956 foi a oportunidade para que os húngaros se manifestassem contra o regime estalinista instalado no país, mas o movimento foi reprimido pela União Soviética, pela força das armas. Nos anos 80, a Hungria foi um dos primeiros países da órbita soviética a procurar dissolver o Pacto de Varsóvia e a evoluir para uma democracia multi-partidária e para uma economia de mercado. As primeiras eleições livres nessa nova fase da história da Hungria foram realizadas em 1990. Seguiu-se uma aproximação com o Ocidente que levou o país a aderir à OTAN em 1999 e à União Européia em 2004.
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