RINOCERONTE

Os rinocerontes são grandes mamíferos que constituem a família Rhinocerotidae da ordem Perissodactyla, à qual pertencem também os cavalos, os tapires e outros ungulados com um número ímpar de dedos nas patas – os rinocerontes têm três dedos em cada . Eles têm uma grande cabeça com um ou dois cornos de origem dérmica, formados por fibras de queratina muito apertadas.

Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Perissodactyla
Família: Rhinocerotidae
Alguns géneros
Ceratotherium
Coelodonta
Dicerorhinus
Diceros
Elasmotherium
Rhinoceros
 

Existem actualmente 5 espécies de rinocerontes, três na Ásia e duas na África subsaariana; vivem geralmente isolados, em savanas ou florestas onde possam encontrar água diariamente. Em África, eles são cuidadosamente protegidos (apesar de continuar a haver caça furtiva) por fazerem parte do grupo dos “Cinco Grandes” mamíferos que constituem uma das grandes atracções turísticas do continente.

Estado de conservação das espécies

Os rinocerontes adultos não tem predadores se não o homem. Os filhotes podem ser vítimas de leões, tigres e hienas se houver uma oportunidade favorável para estes. Todas as espécies de rinocerontes se encontram ameaçadas de extinção, devido ao facto de serem muito pouco férteis – cada fêmea só tem uma cria de dois em dois anos – e, portanto, muito vulneráveis à caça, para além de sofrerem pela destruição do seu habitat.

Eles têm sido caçados extensivamente porque praticamente todas as suas partes são usadas na medicina tradicional asiática. A parte mais valiosa é o corno que tem sido usado como afrodisíaco, para curar febres, para cabos de adagas no Iêmen e em Oman, ou para preparar uma poção que supostamente permite detectar venenos.

Todos os rinocerontes são listados pela CITES em algum grau de risco de extinção. Extima-se que hajam em torno de 12.000 animais no mundo. Todas as espécies são protegidas por leis locais. A nenhuma de suas espécies é garantido um número seguro. A espécie menos ameaçada é o rinoceronte-branco. O rinoceronte-de-java conta com somente 60 animais (extimativa de 2002).

As campanhas de proteção aos rinocerontes datam da década de 70, mas o declínio das espécies tem sido dramático. Acordos do CITES proíbe o comércio de produtos derivados do rinoceronte, mas a caça e o comércio ilegal continuam.

Registro fóssil

Foram descobertos fósseis de rinocerontes do Eoceno superior (33 a 40 milhões de anos atrás) e eram abundantes na América do Norte, Europa e África desde o Mioceno até ao Pleistoceno. Muitas espécies viviam nas pradarias e na tundra boreal e, ao contrário das espécies actuais, tinham uma espessa cobertura de pêlos. Uma destas espécies, Coelodonta antiquitatis (o rinoceronte lanudo), é representada claramente em pinturas rupestres. Uma família próxima dos rinocerontes actuais, Hyracodontidae, incluía o maior mamífero terrestre conhecido pela ciência, o Indricotherium, que possivelmente atingia uma altura de até 5,4 m (média de 4,75 m) do ombro ao solo, era capaz de alimentar-se de vegetais alcançados a até 8 m acima do solo e podia provavelmente pesar até 18 toneladas, ou seja, cerca de 2,5 vezes o peso de um elefante africano actual (considerando-se machos de ambas as espécies).

Anatomia

Os rinocerontes são corpulentos e têm uma cabeça grande, tórax largo e pernas curtas. Os ossos pares dos membros rádio/cúbito e tíbia/perónio encontram-se bem desenvolvidos e separados, mas praticamente não se movem. Tanto os pés traseiros como dianteiros são mesaxónicos (com o dedo maior no eixo do membro), com três dedos cada e cada dedo protegido por um casco curto. As espécies africanas têm patas grossas enquanto suas contrapartes africanas as tem leves e ágeis, permitindo aos rinocerontes africanos alcançar até 45 km/h em corrida. A sua espessa pele (cerca de 2,5 cm de espessura) tem pêlos pouco aparentes e é enrugada em pregas, dando a aparência de placas em algumas espécies. O espaço, de tom rosado entre as placas, é menos protegido e suscetível a ectoparasitas como carrapatos. A cauda tem cerdas fortes. Existe também pêlos nas bordas de suas orelhas. O crâneo dos rinocerontes é alongado e elevado na parte posterior, devido a uma forte crista occipital. A caixa craniana é pequena (e portanto o cérebro também) e os ossos nasais projectam-se para a frente, podendo chegar para além das pré-maxilas e suportam os cornos, que variam em número de um a dois, conforme a espécie. Os cornos, de origem dérmica, não são "enraizados" no crâneo. São formados por fibras muito apertadas de queratina, uma proteína forte que também presente em cabelos e unhas. A fórmula dental dos rinocerontes é: 1-2/0-1, 0/1-1, 3-4/3-4, 3/3, ou seja, 24-34 dentes, quase todos pré-molares e molares. Os caninos e incisivos são vestigiais excepto nos rinocerontes asiáticos, que têm os incisivos inferiores transformados em fortes presas. Os rinocerontes que pastam (Ceratotherium) têm molares hipsodontes, enquanto que nos outros géneros são braquidontes. Os olhos são pequenos e as orelhas são curtas, proeminentes, móveis tubulares e erectas. Sua visão é fraca, mas sua audição é boa e seu olfato, excelente

Reprodução

Os rinocerontes-fêmeas têm uma gestação, que dura 420-570 dias, de dois em dois anos, normalmente pruduzindo apenas uma cria, que é activa logo a seguir ao nascimento, mas fica ao cuidado da mãe até ao parto seguinte. A maturidade sexual é atingida aos 7-10 anos nos machos e aos 4-6 anos nas fêmeas. Os rinocerontes têm uma longevidade potencial de aproximadamente 50 anos.

Comportamento

Em geral, os rinocerontes africanos são mais agressivos que os asiáticos; enquanto as espécies asiáticas lutam com as presas, os africanos usam os cornos para furar o abdómen dos adversários. Os rinocerontes africanos alimentam-se pastando no solo, enquanto os asiáticos mais frequentemente comem folhas. Todas as espécies são mais activas à noite e de manhã cedo, passando o dia descansando nas zonas mais protegidas das florestas. Os rinocerontes podem dormir de pé ou deitados e gostam muito de se banhar em poças de lama ou no leito arenoso dos rios. São especialistas em abrir trilhas no mato, penetrando nele à força.

As fêmeas atingem a maturidade sexual aos seis anos e os machos aos dez anos de idade. Durante o período de acasalamento, o macho dominante, usualmente solitário, permanece com a fêmea respectiva durante o período de uma a três semanas.

Existe um ritual de acasalamento, onde durante o acasalamento o par faz perseguições um ao outro, entrecruzam os cornos e emitem sons um ao outro. Após acasalar-se, a fêmea abandona o território do macho.

O período de gestação é de 490 dias (16 meses), após os quais nasce uma cria bastante ativa, pesando cerca de 50 quilogramas, A fêmea sai para dar a luz permanecendo à parte por diversos dias.

O filhote é amamentado por cerca de 20 meses, ele normalmente anda na frente da mãe e permanece com ela durante cerca de três anos, até uma nova cria nascer. Os filhotes podem nascer em qualquer período do ano, mas há picos em março e julho.

Os machos adultos são animais solitários e territoriais. Jovens adultos podem formar pares. As fêmeas e suas crias formam grupos familiares e as fêmeas do rinoceronte-branco pode formar pequenas manadas. Machos dominantes do rinoceronte-indiano toleram machos submissos em seu território. Quando dois machos dominantes se encontram, eles duelam usando suas presas e muitas vezes essas lutas resultam em mortes. O rinoceronte-branco também um sistema semelhante. Os territórios do rinoceronte-negro são menos definidos. Poucos se sabe sobre esse aspecto em relação ao rinoceronte-de-java e ao rinoceronte-de-sumatra.

Durante a época da reprodução, o par pode manter-se junto por 4 meses. Os rinocerontes marcam os seus territórios com urina e excrementos que acumulam em pilhas bem definidas e que podem atingir um metro de altura, por vezes, ainda escavando as áreas à voltas dessas pilhas, tornando-as ainda mais conspícuas.

Espécies

 

Fonte: Wikipédia